No dia 16, entretanto, tivemos a tão esperada reunião entre Mauro Vieira, Ministro das relações exteriores brasileiro e Marco Rubio, Secretário de Estado dos Estados Unidos. A expectativa para essa reunião era grande, afinal, dias atrás o presidente Donald Trump e o presidente Lula fizeram uma reunião virtual em que ambos afirmaram que foi uma ótima conversa, parecia ser um bom sinal para o governo petista.
Foi justamente ali, durante essa conversa virtual com Lula, que o presidente americano encarregou um dos mais ferrenhos opositores do brasileiro que está na administração americana a negociar com o Brasil, Marco Rubio.
A escolha de Donald Trump por Marco Rubio como negociador é um fator determinante para o futuro das relações entre Brasil e Estados Unidos, já que ele não é o negociador natural do governo americano. Essa não foi uma escolha ao acaso, foi uma decisão estratégica do presidente americano. Com essa escolha ele queria abrir as negociações, mas deixar elas ainda muito difíceis aos pares brasileiros. Vale lembrar que foi Trump quem inicialmente buscou o governo brasileiro para se iniciar conversas de negociações. Também foi Marco Rubio que ligou e convidou Mauro Vieira para ir a Washington iniciar conversas diplomáticas de alto nível.

A dureza nas negociações ficou evidente nesta primeira reunião. O encontro durou cerca de uma hora e dele temos algumas fotos pouco animadoras, sem nem mesmo um aperto de mão entre os dois e uma nota conjunta que, embora fale que a conversa foi proveitosa, revela que não houve avanços concretos. Ambos concordaram em continuar as conversas e em trabalhar de forma conjunta para que ocorra um encontro entre Trump e Lula. Aparentemente são eles que irão realizar negociações políticas de forma direta, não os diplomatas.
Assim que finalizada, a reunião se tornou um alvo de narrativas. Por um lado vemos jornalistas alinhados ao Governo indo às redes sociais dizer que a conversa tinha sido excelente e que tinha pintado um clima entre Vieira e Rubio. parafraseando a fala de Trump na ONU a respeito de Lula, semanas atrás. Por outro, a mídia mais posicionada à direita, como a Jovem Pan, disse que segundo fontes dentro do governo americano, Marco Rubio foi direto e incisivo ao afirmar que qualquer negociação tarifária e de suspensão de sanções passava necessariamente por algum tipo de sanção contra o Ministro do supremo tribunal federal Alexandre de Moraes.
A conversa foi à portas fechadas. É difícil saber o que realmente foi conversado ali. Entretanto temos pelo menos dois pontos importantes a destacar: antes tínhamos uma situação em que o governo brasileiro tentou iniciar conversas e tudo que encontrava eram as portas da Casa Branca fechadas. Agora, é o próprio governo americano que busca iniciar tratativas, mesmo que de forma incipiente; outro ponto é que claramente a conversa foi menos efetiva do que Vieira esperava, mas ainda assim útil.
O governo americano faz um jogo de “morde e assopra”. Ao mesmo tempo em que afaga o governo brasileiro, membros de alto escalão defendem as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em público, como ocorreu no dia 15 de outubro. Onde se afirmou categoricamente que as taxas contra o Brasil não são por questões econômicas, mas contra um Juiz que tem ameaçado o Estado de Direito, nas palavras deles.
Finalizando, espero que as negociações a respeito dos tarifaços, que atinge todos os brasileiros e não apenas um indivíduo, avance. Que o Brasil volte à exportar como antes, até mais, para os Estados Unidos, a fim de que pais e mães de família não venham a perder sua fonte de sustento por brigas políticas entre dois líderes idosos.
